Fumantes são mais infelizes, indica estudo feito na PUC de Porto Alegre

Fumantes são mais infelizes, indica estudo feito na PUC de Porto Alegre.
Segundo aponta pesquisa, tabagismo pode levar à ansiedade e depressão. Estudos estão esmitificando a ideia de que o cigarro pode ser calmante. Pesquisas recentes estão acabando com o mito de que o cigarro pode funcionar como um “calmante” em momentos de ansiedade e nervosismo.

O hábito de fumar, na verdade, pode tornar as pessoas mais infelizes e levar à depressão, aponta um estudo feito na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre.
A pesquisa foi realizada com 1.021 pacientes do Ambulatório de Cessação do Tabagismo do Hospital São Lucas da PUCRS e comparou grupos de fumantes, ex-fumantes e pessoas que nunca fumaram. Os resultados mostraram que os primeiros atingiram, em média, 50% a mais de pontos do que os demais em uma escala usada para medir o grau de depressão.
Entre o grupo de tabagistas, os que fumavam mais cigarros por dia e por mais tempo apresentaram quadros de depressão mais profundos. Para o pneumologista José Miguel Chatkin, coordenador do estudo, os resultados reforçam a noção de que a nicotina ou outras substâncias inaladas na fumaça do cigarro podem ser causadores de ansiedade e depressão.
“Inúmeros trabalhos têm mostrado que o grau de ansiedade e de depressão de fumantes são maiores. Não fumantes e ex-fumantes são mais felizes em vários aspectos da vida, como satisfação com a posição profissional e com a vida pessoal”, explica o médico. O pneumologista diz que até poucos anos atrás predominava, mesmo entre os profissionais de saúde, a noção de que o fumante utilizava o cigarro como uma automedicação, um ansiolítico ou antidepressivo, para aliviar o mal-estar que sentia. As pesquisas recentes, no entanto, estão derrubando esse mito e demonstrando que o tabagismo pode estar associado a outros malefícios, além dos já conhecidos pela medicina.
O estudo não constatou diferenças significativas entre homens e mulheres. Também mostrou que ex-fumantes apresentavam grau de ansiedade ou depressão praticamente igual ao do grupo de pessoas que nunca fumou, resultado considerado importante para orientar o trabalho de especialistas no tratamento de pacientes que desejam abandonar o vício.
“Esse é um argumento fundamental para ser utilizado com o tabagista. Durante o tratamento, existe um momento de turbulência, provocado pela crise de abstinência, que dura cerca de uma semana. O fumante fica pensando em como será a vida dele sem a 'bengala' que é o cigarro. Mas ele precisa entender que, passada essa fase, ele terá um ganho de qualidade de vida significativo”, destaca Chatkin.
Parte da tese de doutorado de uma bióloga, o estudo feito na PUCRS foi publicado no British Journal of Psychiatry e apresentado em uma conferência nos Estados Unidos. Agora, ele dará origem a outra pesquisa, mais completa, com acompanhamento de pacientes antes e depois de largarem o cigarro. A intenção é saber se a melhora no humor tem relação com o tabagismo ou se deve ao fato do ex-fumante sentir-se melhor por ter conseguido vencer a batalha contra o fumo.

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