Paulo decapitado em Roma, Pedro crucificado, Roma incendiada, Cristãos culpados.





Por causa do Senhor, sejam obedientes a toda autoridade humana: ao Imperador, que é a mais alta autoridade. (1Pe 2.13)

Nos últimos anos a insatisfação com o governo Dilma tem sido notório. E piorou com os casos que vieram a público de corrupção envolvendo a Petrobrás.
E o que vejo muito é uma onda de ódio de pessoas incitando violência contra qualquer coisa que represente o governo. Fomos às ruas pois é um direito democrático de manifestar. Mas outros aproveitaram para fazer baderna e destruir propriedades públicas e privadas. O Pastor Silas Malafaia que faz muita campanha contra o governo Dilma, uma vez que o candidato que ele apoiou nos dois turnos perdeu.
Chamou o povo a se juntar nestas manifestações. A primeira questão que deixo aqui para você analisar. Isto é bíblico? Devemos seguir somente alguns exemplos dela, ou seja, só o que nos interessa? Talvez convocar o povo para uma campanha de discussões internas a respeito do meio em que vive e o que pode mudar não seria melhor ao invés desta manipulação midiática e antibíblica. É um ponto de vista, apenas para compreensão do cenário. Nesse link o Pastor está convocando o povo a sair as ruas e se manifestar contra a Presidente da República: http://www.folhapolitica.org/2015/03/pastor-silas-malafaia-convoca.html 



O texto de Pedro é pertinente, trata sobre o respeito, a obediência, a submissão, a subordinação dos cristãos, tanto ao Imperador romano, a mais alta autoridade debaixo de Deus, como aos governantes menores. O que causa impacto é que, na época, 

Nero, o cruel e incansável perseguidor dos cristãos, era o imperador romano (de 54 a 68 d.C.). Tanto Pedro como Paulo sofreram prisão (caso de Paulo) e martírio (caso de Pedro) sob a dominação de Nero, que foi chefe supremo do vasto Império Romano por quatorze anos. Pedro começa a sua exortação com as palavras “por causa do Senhor” ou “em atenção ao Senhor”. Nem sempre a submissão aos chefes do Estado é algo fácil e compensador. Quase todo governo, além de não oferecer a segurança necessária, é omisso na recompensa daqueles que são cidadãos corretos e responsáveis.


Nero (37-68 d.C.), assumiu o poder em outubro do ano 54 d.C., se tornando o primeiro Imperador romano a perseguir o Cristianismo, no início de seu reinado fez várias leis que favoreciam os mais pobres e necessitados, mais gradualmente se deixou levar por suas vaidades, sendo que dez anos após assumir o reinado sua popularidade era baixa, sendo desprezado por boa parte da população e também pelos intelectuais, classe que ambicionava pertencer mesmo sem ter os dons necessários para isso.


Na noite de 18 de julho do ano 64, a cidade de Roma foi consumida por um grande incêndio, que durou seis dias e sete noites, destruindo dez dos quatorze bairros da cidade, o próprio Imperador abriu seus jardins para abrigar os que haviam ficado sem refúgio. 

Os historiadores antigos não são unânimes em afirmar que Nero foi o mandante do incêndio de Roma, para o  historiador romano Suetônio (69-122d.C.), o Imperador objetivava a destruição da cidade, pois queria construir uma cidade mais moderna e bela com o seu nome: "Nerópolis" e que o incêndio foi contemplado por ele do alto da torre de Mecenas, extasiado - confessava - com a "beleza do fogo"; e cantou com a sua roupagem de teatro, A Ruína de Ílion, provavelmente um poema de sua autoria.

O INCÊNDIO DE ROMA


O historiador Tácio, que provavelmente se encontrava então em Roma, conta vários dos rumores que circulavam, e ele mesmo parece dar a entender a sua opinião, pela qual o incêndio havia começado acidentalmente num depósito de azeite.

Em meio a desordem e ao sofrimento a população exigia que o culpado por tal catástrofe fosse encontrado e punido, então logo começou a propalar-se que o imperador, em seus desatinos de poeta louco, havia incendiado a cidade para que o sinistro lhe servisse de inspiração.

Mesmo fazendo todos os esforços para inocentar-se, enquanto não encontrasse um culpado, a população continuaria suspeitando de sua pessoa. Quando o incêndio terminou, foi observado que dois dos bairros que não haviam queimado, eram zonas da cidade em que havia mais judeus e cristãos, então se aproveitando do clima de hostilidade já existente contra os cristãos, o imperador, por conveniência, passa a acusá-los. Suetônio afirma que Quanto aos cristãos, espécie de homens afeitos a uma superstição nova e malígna, infligiram-se-lhes suplícios.

O historiador pagão Tácito (55-120 d.C) relata o que aconteceu: Apesar de todos os esforços humanos, da liberalidade do imperador e dos sacrifícios oferecidos aos deuses, nada bastava para apartar as suspeitas nem destruir a crença de que o fogo havia sido ordenado. Portanto, para destruir esse rumor, Nero fez aparecer como culpado os cristãos, uma gente odiada por todos por suas abominações, e os castigou com mui refinada crueldade. Cristo, de quem tomam o nome, foi executado por Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Detida por um instante, esta superstição daninha apareceu de novo, não somente na Judéia, onde estava a raiz do mal, mas também em Roma, esse lugar onde se narra e encontram seguidores de todas as coisas atrozes e abomináveis que chegam desde todos os rincões do mundo. Portanto, primeiro forma presos os que confessaram (ser cristãos), e  baseadas nas provas que eles deram foi condenada uma grande multidão, ainda que não os condenaram tanto pelo incêndio mas sim pelo seu ódio a raça humana. ( Anais, 15:44).

Enquanto o povo gritava: Christianos ad leonem! (Os cristãos aos leões!), estes eram presos e conduzidos para as arenas.



Apesar de acreditar na inocência dos cristãos as palavras de Tácito refletem a hostilidade que a população romana tinha pelos mesmos, o historiador demonstra que o castigo imposto pelo Imperador era excessivo sendo feito não por uma questão de justiça mas para satisfazer seu próprio capricho.



Além de matá-los (aos cristãos) fê-los servir de diversão para o público. Vestiu-os em peles de animais para que os cachorros os matassem a dentadas. Outros foram crucificados. E a outros acendeu-lhes fogo ao cair da noite, para que a iluminassem. Nero fez que se abrissem seus jardins para esta exibição, e no circo ele mesmo ofereceu um espetáculo, pois se misturava com as multidões, disfarçado de condutor de carruagem. Tudo isso fez com que despertasse a misericórdia do povo, mesmo contra essas pessoas que mereciam castigo exemplar, pois via-se que eles não eram destruídos para o bem público, mas para satisfazer a crueldade de uma pessoa. (Anais 15:44) 


O historiador cristão Eusébio de Cesaréia (263-340 d.C.) afirma que durante esta perseguição Paulo foi decapitado em Roma, e Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, pois pediu para si esse sofrimento. Para fugir da perseguição os cristãos começaram a se refugiar nas catacumbas de Roma. Embora tenha sido cruel, esta perseguição ficou restrita a cidade de Roma, não alcançando as províncias do Império.

CRUCIFICAÇÃO DO APÓSTOLO PEDRO

No ano 68 após uma revolta popular, e ter sido deposto pelo senado, Nero se suicida, seguindo então um período de desordem, tão grande que os historiadores chamam o ano de 69 "o ano dos quatro imperadores". Por fim Vespasiano pode tomar as rédeas do estado e logo o sucedeu o seu filho Tito, o mesmo que no ano 70 havia tomado e destruído Jerusalém. Em todo este período, o Império parece ter esquecido os cristãos, cujo número continuava aumentando silenciosamente.

Escrito e adaptado de perseguição aos cristaos no reinado/so por causa do senhor

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