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Remar em vão
Conta-se a história de que viviam, numa cidade, dois amigos que se entregavam constantemente à embriaguez. Certo dia, ao cair da tarde, atravessaram um enorme rio que havia naquelas cercanias, a fim de irem a uma taberna que ficava na outra margem, onde permaneceram até alta noite, quando já surgiam os alvores da manhã.
Era ainda escuro. Cambaleantes, tomaram o barco para voltar.
O efeito alcoólico manifestava-se consideravelmente em cada um, enquanto, incansáveis, remavam hora após hora.
Não conseguiam atingir a outra margem. Estavam gastando o dobro do tempo do que quando foram.
Em dado momento, diz um ao companheiro:
– Escute, você desamarrou o barco?
– Não, responde ele.
– Nem eu, diz o outro.
Compreenderam, então, que nem um nem outro tinha se lembrado de desamarrar o barco. Eles se achavam tão desorientados que remavam, remavam em vão, sob o domínio do álcool, sem avançarem um metro do lugar em que estavam.
Fonte: B. Morais.
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